terça-feira, 29 de abril de 2014







QUANDO TUDO ACONTECEU...
1944: Em 1 de Julho, nasce em Castelo de Vide, Fernando José Salgueiro Maia, filho de Francisco da Luz Maia, ferroviário, e de Francisca Silvéria Salgueiro. Frequenta a escola primária em São Torcato, Coruche. Faz os estudos secundários em Tomar e em Leiria. - 1945: Termina a 2ª Guerra Mundial. - 1958: Eleições presidenciais. Delgado é «oficialmente» derrotado por Américo Tomás. - 1961: Começa a guerra em Angola. A Índia invade os territórios portugueses de Goa, Damão e Diu. - 1963: Desencadeiam-se as hostilidades na Guiné e em Moçambique. - 1964:Salgueiro Maia ingressa em Outubro na Academia Militar, em Lisboa. - 1965: Humberto Delgado é assassinado pela PIDE. - 1966: Salgueiro Maia apresenta-se na EPC (Escola Prática de Cavalaria), em Santarém para frequentar o tirocínio. - 1968: Integrado na 9ª Companhia de Comandos, parte para o Norte de Moçambique. - 1970: É promovido a capitão. - 1971: Em Julho embarca para a Guiné. - 1973: Regressa a Portugal, sendo colocado na EPC. Começam as reuniões do MFA. Delegado de Cavalaria, faz parte da Comissão Coordenadora do Movimento. - 1974:Em 16 de Março, «Levantamento das Caldas». Em 25 de Abril, comanda a coluna de carros de combate que, vinda de Santarém, põe cerco aos ministérios no Terreiro do Paço e força depois, já ao fim da tarde, a rendição de Marcelo Caetano no Quartel do Carmo. - 1975: Em 25 de Novembro sai da EPC, comandando um grupo de carros às ordens do presidente da República. - 1979: Após ter sido colocado nos Açores, volta a Santarém onde comanda o Presídio Militar de Santa Margarida. - 1984: Regressa à EPC. - 1989-90: Declara-se a doença cancerosa que o irá vitimar. É submetido a uma intervenção cirúrgica. - 1991: Nova operação. A última. -1992: Morre em 4 de Abril.


Fonte: http://www.vidaslusofonas.pt/salgueiro_maia.htm

https://www.facebook.com/pages/Salgueiro-Maia/52214655049

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Salgueiro Maia, um capitão herói e corajoso

SALGUEIRO MAIA
Militar, capitão de Abril: 1944-1992


Salgueiro Maia, em pleno 25 de Abril de 1974
GRÂNDOLA, VILA MORENA...

Quadragésimo aniversário da Revolução dos Cravos

Há quarenta anos atrás, num tempo muito cinzento, onde o medo nos tirava a força para dizer não quero e não gosto, uns capitães juntaram soldados e resolveram marchar sobre a capital, para dizer ao poder governamental daquela altura que não queríamos nem mais fome, nem mais guerra. Até então, os filhos eram rebuscados e mandados, muitos contra a própria vontade, para o outro lado do mar, para lutar em terras de países como Angola, Moçambique, Guiné e São Tomé, Cabo Verde... lugares que depois se chamaram ex-colónias.

Se se destratava quem era de lá e se matavam uns aos outros naquele tempo, depois de virmos embora ficou tudo muito muito, mesmo muito desestruturado... nisso errámos. Errámos por não termos sido ponderados, organizados, não tivemos possibilidade de fazer de forma consentânea aquilo que se designa por descolonização... como outros países fizeram, ainda que nunca seja nem fácil nem perfeitamente correto descolonizar, porque não se deveria ter sequer colonizado, pelo menos da forma forçada que o fizémos... mas é passado e o passado deve servir de ensinamento e não de pedra de arremesso e de ventilador para jorrar a palavra culpa sobre tudo e todos... a união que havia não foi suficiente... Tomara que hoje passe a haver a UNIÃO  de que tanto precisamos para evitar que a História se repita seja cá seja onde for... O Mundo precisa de muito AMOR,  de PAZ,  de LIBERDADE.  mas de uma LIBERDADE verdadeira, igual para todos, que não caia na libertinagem, na mentira e na malandragem...


Hoje és livre para dizeres que não queres e não gostas. Mas não te esqueças de algo fundamental: di-lo com substância, com razoabilidade, com a certeza de que é assim que queres e não porque te dizem para o fazeres, ou apenas o fazes por birra ou teimosia...



Ouve as músicas que te deixamos, lê os poemas que dela saem, a sua MENSAGEM é muito importante. Sabias que as letras das canções eram lidas por senhores que censuravam o que não estivesse de acordo com o regime? Riscavam partes de livros, de canções, de notícias... para que o povo não tivesse sequer hipótese de PENSAR. HOJE TU PODES PENSAR LIVREMENTE!  E esta vitória de abril de 1974 não pode ser nunca retirada... pensa, pensa com o coração, ama o próximo, promove a entreajuda e a verdade... não te deixes manipular por números, promessas e mentiras... PENSA!!!!


 



(http://www.aja.pt/)



Os Vampiros

José Afonso


No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas Pela noite calada
Vêm em bandos Com pés veludo
Chupar o sangue Fresco da manada
Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada [Bis]
A toda a parte Chegam os vampiros
Poisam nos prédios Poisam nas calçadas
Trazem no ventre Despojos antigos
Mas nada os prende Às vidas acabadas
São os mordomos Do universo todo
Senhores à força Mandadores sem lei
Enchem as tulhas Bebem vinho novo
Dançam a ronda No pinhal do rei
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
No chão do medo Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos Na noite abafada
Jazem nos fossos Vítimas dum credo
E não se esgota O sangue da manada
Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhe franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada


Esta letra fala de como a polícia política e de quem mandava no país, que retiravam ao povo os haveres, a existência da fome, dos direitos dos trabalhadores, dos direitos à saúde e à educação...



Levavam as pessoas de quem suspeitavam, a qualquer altura e prendiam, torturavam e desterravam para o Tarrafal. Bastava suspeitarem que essa pessoa defendia ideias de esquerda, que seria alguém contra o regime, um subversivo. Prenderam homens e mulheres... e torturavam...



Era de Noite e Levaram
José Afonso








Era de noite e levaram
Era de noite e levaram
Quem nesta cama dormia
Nela dormia, nela dormia
Sua boca amordaçaram
Sua boca amordaçaram
Com panos de seda fria
De seda fria, de seda fria
Era de noite e roubaram
Era de noite e roubaram
O que na casa havia
na casa havia, na casa havia
Só corpos negros ficaram
Só corpos negros ficaram
Dentro da casa vazia
casa vazia, casa vazia
Rosa branca, rosa fria
Rosa branca, rosa fria
Na boca da madrugada
Da madrugada, da madrugada
Hei-de plantar-te um dia
Hei-de plantar-te um dia
Sobre o meu peito queimada
Na madrugada, na madrugada






Menina Dos Olhos 

Tristes

José Afonso






Menina dos olhos tristes
o que tanto a faz chorar
o soldadinho não volta
do outro lado do mar
Vamos senhor pensativo
olhe o cachimbo a apagar
o soldadinho não volta
do outro lado do mar
Senhora de olhos cansados
porque a fatiga o tear
o soldadinho não volta
do outro lado do mar
Anda bem triste um amigo
uma carta o fez chorar
o soldadinho não volta
do outro lado do mar
A lua que é viajante
é que nos pode informar
o soldadinho já volta
está mesmo quase a chegar
Vem numa caixa de pinho
do outro lado do mar
desta vez o soldadinho
nunca mais se faz ao mar





E nos Natais, era assim que as famílias cá sabiam dos seus rapazes que andavam na guerra: Para que nunca se repitam as guerras, para que o mundo seja de Luz... atenta, escuta, LÊ e PENSA sempre... um abraço e Viva o 25 de abril sempre!